Banco Mundial alerta para potencial alta recorde de preços do petróleo em meio a conflito no Oriente Médio

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Banco Mundial alerta para potencial alta recorde de preços do petróleo em meio a conflito no Oriente Médio

O Banco Mundial emitiu uma declaração de advertência, prevendo que, se o conflito em curso entre Israel e o Hamas escalar para uma guerra em grande escala, os preços globais do petróleo podem subir para uma alta sem precedentes de mais de US$ 150 por barril. Fazendo comparações com o significativo conflito do Oriente Médio há cinco décadas, o Banco Mundial enfatizou o potencial dos custos do petróleo bruto para alcançar territórios desconhecidos.

Em uma análise detalhada das implicações econômicas de um conflito que se expande além das fronteiras de Gaza, o Banco Mundial delineou um cenário em que uma grande interrupção na veia do boicote ao petróleo árabe da década de 1970 poderia desencadear uma escassez de oferta, elevando os preços do petróleo da taxa atual de cerca de US$ 90 por barril para impressionantes US$ 140 a US$ 157. O recorde anterior, sem contabilizar a inflação, era de US$ 147 por barril em 2008.

Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, destacou o impacto do recente conflito, citando os efeitos disruptivos persistentes da guerra da Rússia com a Ucrânia, que continuam a reverberar na economia global. Gill enfatizou a necessidade de os formuladores de políticas permanecerem vigilantes, ressaltando o potencial de um choque energético simultâneo da guerra na Ucrânia e no Oriente Médio.

De acordo com a avaliação do Banco em sua última perspectiva dos mercados de commodities, uma escalada do conflito não afetaria apenas os custos de energia, mas também resultaria em um aumento nos preços dos alimentos, potencialmente levando a uma situação em que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo poderiam enfrentar insegurança alimentar.

Embora o conflito em curso entre Israel e o Hamas tenha tido um impacto limitado nos preços das commodities até agora, com apenas um aumento de 6% nos preços do petróleo, o Banco alertou que a situação pode piorar rapidamente se o conflito se agravar.

A previsão básica do Banco Mundial sugere que os preços do petróleo terão uma média de US$ 90 por barril no trimestre atual, antes de cair para uma média de US$ 81 por barril no próximo ano, devido a uma desaceleração no crescimento econômico global. Além disso, o relatório traça três caminhos alternativos para os preços do petróleo, dependendo do nível de disrupção:

  1. Um cenário de “pequena perturbação”, semelhante à redução da oferta global de petróleo durante a guerra civil líbia em 2011, poderia levar a uma faixa de preço de US$ 93 a US$ 102 por barril.
  2. Um cenário de “interrupção média”, comparável à guerra do Iraque em 2003, poderia resultar em um aumento inicial de 21% a 35% nos preços do petróleo, levando-os para entre US$ 109 e US$ 121 por barril.
  3. Um cenário de “grande perturbação”, semelhante à guerra do Yom Kippur de 1973, poderia causar um aumento de 56% a 75% nos preços, elevando-os para entre US$ 140 e US$ 157 por barril.

O embargo petrolífero de 1973 teve consequências de longo alcance, com um súbito aumento de quatro vezes nos preços do petróleo bruto, levando a uma inflação mais elevada e ao aumento do desemprego, culminando no fim do longo boom económico do pós-guerra.

Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial, apontou a conexão inevitável entre os altos preços sustentados do petróleo e os preços elevados dos alimentos, enfatizando o potencial de um choque severo dos preços do petróleo para exacerbar a já elevada inflação dos preços dos alimentos em muitos países em desenvolvimento.

Com mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentando subnutrição no final de 2022, Kose enfatizou que uma escalada do conflito atual agravaria a insegurança alimentar não apenas na região, mas em todo o mundo.

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