Mercado global de petróleo reage a tensões geopolíticas e dinâmica de oferta

Mercado global de petróleo reage a tensões geopolíticas e dinâmica de oferta

Os preços do petróleo registaram uma queda na quinta-feira, invertendo os ganhos obtidos na sessão anterior. Essa queda foi atribuída a vários fatores, incluindo a falta de apoio da Opep ao pedido do Irã por um embargo de petróleo a Israel e a intenção dos Estados Unidos de aliviar as sanções à Venezuela, o que resultaria no aumento da oferta de petróleo globalmente.

O preço dos futuros do Brent para dezembro caiu 0,3%, ou 29 centavos, para atingir US$ 91,21 por barril. Enquanto isso, os futuros do U.S. West Texas Intermediate (WTI) para novembro, que expirariam na sexta-feira, permaneceram quase inalterados em US$ 88,34 por barril, com apenas um aumento de 2% em relação ao preço de liquidação anterior. O contrato mais negociado do WTI para dezembro também teve uma queda de 0,2%, ou 13 centavos, elevando-o para US$ 87,14 por barril às 0645 GMT.

Na sessão anterior, os preços do petróleo subiram cerca de 2%, impulsionados por preocupações com possíveis interrupções no fornecimento global de petróleo. Isso se deveu em parte ao pedido do Irã por um embargo de petróleo a Israel em resposta ao conflito em Gaza. Além disso, os Estados Unidos, como maior consumidor de petróleo do mundo, relataram uma redução maior do que o esperado nos estoques de petróleo, apertando ainda mais a oferta.

No entanto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) indicou que não tinha planos imediatos de agir a pedido do Irã, o que aliviou as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento. Vale notar que Israel importa cerca de 250.000 barris por dia de petróleo, principalmente do Cazaquistão, Azerbaijão, Iraque e países africanos.

Analistas do Citi sugeriram que um embargo do Cazaquistão e do Azerbaijão, ambos fortes aliados de Israel, é improvável.

Além disso, houve uma retração do mercado à medida que a visita do presidente dos EUA, Joe Biden, a Israel terminou sem qualquer escalada significativa no conflito Israel-Hamas, como observou a analista da CMC Markets, Tina Teng. No entanto, as tensões geopolíticas continuam a exercer pressão ascendente sobre os preços do petróleo.

Por outro lado, o anúncio de que os EUA emitiram uma licença de seis meses autorizando transações no setor de energia da Venezuela teve impacto. A Venezuela, membro da Opep, chegou a um acordo entre seu governo e a oposição política para garantir eleições justas em 2024. Essa medida poderia aumentar a produção de petróleo da Venezuela, ajudando a aliviar a atual pressão sobre os preços globais do petróleo, causada pelo conflito Israel-Hamas, sanções à Rússia e decisões da Opep+ de reduzir a produção. Vale notar que a Venezuela precisa de investimentos para aumentar a produção após anos de sanções.

Além disso, o Japão, o quarto maior comprador de petróleo bruto do mundo, instou os países produtores de petróleo, incluindo a Arábia Saudita, a aumentar a oferta para estabilizar o mercado global de petróleo. O aumento dos preços dos combustíveis devido ao conflito pode ter implicações para a economia global.

Os dados da Administração de Informação de Energia mostraram que os estoques de petróleo bruto e combustível dos EUA diminuíram na semana passada devido ao aumento da demanda por diesel e óleo para aquecimento. Os estoques de combustível destilado caíram 3,2 milhões de barris na semana encerrada em 13 de outubro, atingindo 113,8 milhões de barris. Os estoques de petróleo também caíram 4,5 milhões de barris, para 419,7 milhões de barris, e a gasolina diminuiu 2,4 milhões de barris, atingindo 223,3 milhões de barris.

Além disso, há expectativas de que as exportações de petróleo da Rússia por meio de seus portos marítimos ocidentais em novembro possam diminuir em aproximadamente 300.000 barris por dia, já que as refinarias domésticas devem aumentar suas operações após a conclusão da manutenção sazonal, de acordo com fontes citadas pela Reuters.

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