A possível ação de Trump contra Powell abala os mercados globais
Os preços do ouro subiram ligeiramente na quinta-feira, apoiados pela queda do dólar dos E.U.A. e pela crescente incerteza nos mercados globais. O aumento ocorreu após relatórios sugerindo que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, estava considerando substituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, já em setembro ou outubro.
Esses relatórios geraram preocupações generalizadas sobre a futura independência do Federal Reserve, levando os investidores a buscarem o ouro como um porto seguro em meio à turbulência do mercado.
O índice do dólar americano caiu para seu nível mais baixo desde março de 2022, tornando o ouro cotado em dólar mais barato para os compradores internacionais e aumentando seu apelo.
Em depoimento perante um comitê do Senado na quarta-feira, Powell observou que as tarifas impostas por Trump poderiam causar um aumento temporário nos preços, mas alertou que os riscos persistentes de inflação exigiam que o Fed agisse com cautela em relação a novos cortes nas taxas de juros.
Os mercados estão agora aguardando os principais dados econômicos dos EUA, incluindo os números do PIB esperados para hoje e os dados de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) na sexta-feira – ambos indicadores essenciais que podem influenciar os próximos passos do Fed.
Cenário geopolítico:
Na frente geopolítica, um cessar-fogo mediado pelos EUA entre Israel e o Irã pareceu se manter até quarta-feira. Trump elogiou a rápida resolução do conflito de 12 dias durante a cúpula da OTAN e declarou sua intenção de exigir que o Irã abandone suas ambições nucleares nas próximas negociações.
As moedas asiáticas subiram em sua maioria na quinta-feira, com o dólar americano continuando a cair para seu nível mais baixo em mais de três anos. Trump manteve sua pressão sobre o Fed para reduzir as taxas de juros e continuou a criticar a liderança de Powell.
Uma reportagem do Wall Street Journal de que Trump estava considerando a possibilidade de substituir Powell mais cedo enfraqueceu ainda mais o dólar e alimentou as apostas de que o Fed poderia cortar as taxas já em julho.
Os preços do petróleo subiram ligeiramente no comércio asiático na quinta-feira, apoiados por uma queda significativa nos estoques de petróleo dos EUA, aumentando o otimismo sobre a forte demanda, apesar dos sinais de que o cessar-fogo entre Israel e o Irã permaneceu intacto.
O American Petroleum Institute informou que os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram em 5,8 milhões de barris na semana encerrada em 20 de junho, superando em muito as expectativas de uma redução de 1,2 milhão de barris. Isso ocorreu após uma queda substancial de 11,5 milhões de barris na semana anterior, juntamente com quedas acentuadas nos estoques de gasolina e destilados.
Os dados indicaram uma demanda sustentada de combustível no maior consumidor do mundo, especialmente à medida que a movimentada temporada de viagens de verão ganha impulso.
Apesar disso, os preços do petróleo permaneceram sob pressão no início da semana devido ao cessar-fogo, que reduziu a probabilidade de interrupções de curto prazo nos suprimentos de petróleo do Oriente Médio.
Trump não anunciou sanções adicionais ao setor de petróleo do Irã após o recente conflito, mantendo os suprimentos regionais de petróleo relativamente estáveis. Ele também sugeriu a possibilidade de aliviar as sanções para ajudar a reconstruir o Estado Islâmico, com negociações nucleares agendadas para a semana seguinte.
O Irã não fechou o Estreito de Ormuz – uma importante rota de transporte de petróleo – evitando interrupções significativas no transporte de petróleo para a Europa e a Ásia.
🔚 Conclusão:
Os mercados continuam altamente sensíveis aos movimentos políticos e às especulações sobre a política monetária. Enquanto o ouro se beneficia da incerteza, o mercado de petróleo mostra um otimismo cauteloso, já que os riscos geopolíticos parecem estar temporariamente contidos. Todas as atenções estão agora voltadas para os próximos dados econômicos dos EUA e para os próximos passos de Trump em relação ao Federal Reserve.