Movimentos comerciais de Trump, riscos para o Irã e sinais de inflação

Política comercial e tarifas

O presidente Donald Trump disse a repórteres na noite de quarta-feira que enviaria cartas aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos nas próximas duas semanas, descrevendo seus planos tarifários. Isso ocorre antes do prazo de 9 de julho para finalizar os acordos comerciais com seu governo.

Trump declarou que será oferecido aos países um acordo comercial que eles podem “pegar ou largar”, sugerindo fortemente que ele pretende avançar com tarifas significativas. No início de abril, Trump apresentou a ideia das “Tarifas do Dia da Libertação”, mas estendeu o prazo em 90 dias para novas negociações comerciais.

Apesar de ter adiado esses prazos anteriormente, Trump insistiu que não haveria mais prorrogações desta vez.

Ele também afirmou que um acordo comercial com a China estava pronto, aguardando apenas a aprovação do presidente Xi Jinping. No entanto, as tarifas dos EUA contra a China continuam em vigor.

Tensões geopolíticas e reação do mercado

Os preços do ouro e do petróleo subiram acentuadamente após a escalada das tensões entre os EUA e o Irã. Isso ocorreu depois que os EUA autorizaram a saída de dependentes do Bahrein e do Kuwait, sinalizando preocupações com possíveis retaliações.

O presidente Trump expressou sua falta de confiança em chegar a um acordo nuclear com o Irã, reduzindo as esperanças diplomáticas. A Casa Branca alertou sobre a possibilidade de uma ação militar se as negociações fracassarem, com um prazo de resposta importante marcado para quinta-feira.

Em contrapartida, o ministro da Defesa do Irã ameaçou atacar as bases dos EUA na região, caso fossem atacadas. Essas tensões adicionaram um prêmio de risco geopolítico ao petróleo, já que os investidores temem a interrupção das rotas de transporte ou da infraestrutura de petróleo no Golfo – alimentando os últimos picos de preço.

Inflação e expectativas do Federal Reserve

O relatório do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA mostrou um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior em maio, ligeiramente abaixo dos 2,5% esperados. A inflação mensal desacelerou para 0,1%, também abaixo das expectativas.

O núcleo da inflação igualou a taxa anual de 2,8% registrada em abril, mas foi mais suave mensalmente (0,1% contra 0,2% esperado). A queda nos preços da gasolina compensou os custos mais altos de moradia.

Apesar desses números, os analistas acreditam que o Fed ainda precisa ver dados mais fracos do mercado de trabalho antes de retomar os cortes nas taxas. A perspectiva atual aponta para um corte de 100 pontos-base a partir de setembro, embora isso possa ser adiado se o crescimento dos salários continuar forte e as tarifas aumentarem a inflação.

Embora o impacto das tarifas continue limitado, é muito cedo para o Fed descontar totalmente os riscos de inflação.

Conclusão

Com os mercados globais no limite, a postura comercial linha-dura de Trump, a volatilidade do Oriente Médio e a mudança nos dados de inflação estão preparando o terreno para um verão financeiro turbulento. Os investidores devem se preparar para possíveis mudanças na política monetária e para o aumento dos riscos geopolíticos.