O Alibaba (BABA) revelou sua decisão de adiar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de sua divisão de supermercados Freshippo e abandonar os planos de spin-off para sua unidade de nuvem.
A unidade de nuvem, crucial para o empreendimento do Alibaba em inteligência artificial generativa, tem sido um ponto focal para os esforços de expansão da empresa. No entanto, o Alibaba atribui sua decisão ao impacto potencial das novas regulamentações dos EUA nas exportações de chips de computação e equipamentos de fabricação de semicondutores para a China.
Em comunicado, a gigante chinesa do comércio eletrônico expressou preocupações: “Acreditamos que essas novas restrições podem afetar material e negativamente a capacidade do Cloud Intelligence Group de oferecer produtos e serviços e de executar sob contratos existentes, afetando negativamente nossos resultados operacionais e condição financeira”.
Esse desenvolvimento representa um desafio significativo para a estratégia de longa data do Alibaba de se dividir em seis entidades separadas, com o objetivo de satisfazer os reguladores em Pequim e impulsionar o crescimento.
O Alibaba também optou por pausar o IPO de sua divisão de supermercados Freshippo para avaliar as condições de mercado e outros fatores.
Apesar desse revés, o Alibaba reportou lucro ajustado no segundo trimestre de 49,24 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 7,2 bilhões) e um aumento anual de 8,5% na receita, para 224,79 bilhões de yuans (cerca de US$ 31 bilhões).
Além disso, a empresa anunciou seu dividendo anual inaugural, demonstrando seu compromisso com a entrega de retornos aos acionistas, com uma proposta de pagamento em dinheiro de US$ 1 por ação depositária americana. Essa medida, aprovada pelo conselho de administração, custará à empresa US$ 2,5 bilhões.
Desde seu IPO em 2014, o Alibaba teve retornos positivos em dezembro apenas duas vezes, com um retorno negativo médio de 5,12% durante os períodos de dezembro. Esse desempenho histórico do preço das ações sugere que dezembro tem sido geralmente desafiador para as ações do Alibaba, com retornos negativos sendo a norma.
Isso pode representar uma oportunidade de adquirir as ações pouco antes da temporada festiva, potencialmente permitindo ganhos que poderiam financiar um feriado delicioso no início de 2024.
Para quem acredita nos fundamentos do negócio, uma estratégia de holding de longo prazo pode ser mais adequada. No entanto, a vigilância é crucial, considerando os desafios contínuos enfrentados pela empresa e a significativa incerteza que influencia sua trajetória futura.
Uma síntese das projeções de 17 analistas do TipRanks em relação ao trimestre anterior indica um preço-alvo médio de 12 meses de US$ 128,24 para o Alibaba. Isso sugere um potencial de alta de 75% em relação ao seu preço atual, levando a uma forte recomendação de compra abrangente. No mês atual, o Alibaba recebeu 16 classificações de Compra, 1 classificação de Espera e 0 de Venda.
Em uma nota positiva, há potencial para a ação chegar a US$ 155, representando um ganho significativo para os investidores. Apesar dessa perspectiva otimista, a gigante do comércio eletrônico, que subiu durante os primeiros meses da pandemia de COVID-19, decepcionou os investidores, com suas ações despencando 74% desde sua máxima histórica em 2020.
No entanto, o Alibaba experimentou um aumento de crescimento de 14% no trimestre anterior. Os analistas antecipam um retorno ao padrão habitual de crescimento de um dígito nos próximos relatórios, com os lucros projetados devendo aumentar 10% e chegar a US$ 2,11 por ação. Isso se alinha à tendência consistente de superar as metas de lucro dos analistas observada no desempenho passado da empresa.
